quinta-feira, 22 de abril de 2010

A onda dos microcontos

Você já leu microcontos ou ouviu falar deles?
Para seguirmos à risca a definição de microcontos, podemos dizer que são ' miniaturas literárias' que cabem em panfletos, filipetas, camisetas, adesivos, postes, muros, tatuagens, cartão postal, desenhos animados, instalação, música, arquitetura...e que podem ser lidas no ônibus, no metrô e...na tela do computador.
Carlos Seabra lembra que o precursor e talvez o mais famoso microconto já produzido, do guatemalteco Augusto Monterroso, "Cuando despertó, el dinosaurio todavia estaba allí". (Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá), consolidou uma vertente de microliteratura, o desafio de contar algo em pouquíssimas palavras de contados toques.
A partir da conceituação de autores, impõem-se limites precisos para os microcontos, gerando classificações:
- nanocontos ( até 50 letras, sem contar espaços e acentos);
- microcontos ( até 150 toques, contando letras, espaços e pontuação);
- minicontos (alguns estipulando 300 palavras; outros, 600 caracteres).
Nada disso é muito rigoroso e depende de critérios editoriais de quem os adotou. Hoje o limite de 150 toques cabe no formato de envio de texto pelo celular, o chamado " torpedo".
O Twitter, com limite é de 140 toques, mostra-se cada vez mais um difusor da microliteratura, que, provavelmente, acabará impondo este limite como padrão.
A micronarrativa contém ingredientes do nosso tempo, a velocidade e a condensação, a possibilidade de publicação em celulares, painéis eletrônicos, rodapé de e-mails. Há neles algo dos haicais, a poesia japonesa com três linhas e um total de 21 sílabas, de certa forma, com o poder de concisão destes, mas com a liberdade da prosa.
Não sabemos ainda qual o destino do microconto: cairá no esquecimento ou no lixo? será publicado nas diferentes mídias? em folhetos de praia? blogs? azulejos?
O que se pode dizer é que o microconto é um exercício de criatividade, síntese e algo muito divertido de escrever!
veja mais em http://www.revistalingua.com.br/

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Quem sou eu

Mirian Rodrigues Braga é mestre e doutora em Língua Portuguesa pela PUC/SP. Especializou-se em analisar as obras de José Saramago. Em 1999, publicou A Concepção de Língua de Saramago: o confronto entre o dito e o escrito e também participou da coletânea José Saramago - uma homenagem, por ocasião da premiação do Nobel ao referido autor. Em 2001, publicou artigo na Revista SymposiuM da Universidade Católica de Pernambuco. Atuou como professora-assistente no Curso de Pós-Graduação lato sensu da PUC/SP. É professora de Língua Portuguesa e Redação no Ensino Médio e Curso Pré-Vestibular do Colégio Argumento.