sábado, 28 de maio de 2011

Titã provocador

"Senhoras e senhores,
vão emboras, por favores

A fera
não tolera
sofredores."

(A Fera, Arnaldo Antunes)

Em meados dos anos 80, quem assistia na televisão ao Cassino do Chacrinha, sentia uma certa dificuldade em escolher o mais estranho daqueles provocadores garotos Titãs cantando "Sonífera Ilha". Já naquele tempo, em que bradavam o hino dos sem-hino "a gente não só quer comida...você tem fome de quê?", e o anti-slogan "A televisão me deixou burro demais", Arnaldo Antunes também editava revistas literárias alternativas e escrevia livros que nos desafiavam a encontrar a poesia.
Crescido no movimento concretista, Antunes pode estar titã, tribalista, iê-iê-iê e ainda ter uma agenda lotada de megashows; no entanto, cada vez mais, deixa transparecer sua verve natural de poeta.
Efetivamente, ele é um experimentador da palavra. Entre livros, instalações e performances, suas recentes produções literárias apontam para a poesia multimídia, talvez em busca de um fio comum que una os homens e suas experiências ao universo mágico das palavras.

Quem sou eu

Mirian Rodrigues Braga é mestre e doutora em Língua Portuguesa pela PUC/SP. Especializou-se em analisar as obras de José Saramago. Em 1999, publicou A Concepção de Língua de Saramago: o confronto entre o dito e o escrito e também participou da coletânea José Saramago - uma homenagem, por ocasião da premiação do Nobel ao referido autor. Em 2001, publicou artigo na Revista SymposiuM da Universidade Católica de Pernambuco. Atuou como professora-assistente no Curso de Pós-Graduação lato sensu da PUC/SP. É professora de Língua Portuguesa e Redação no Ensino Médio e Curso Pré-Vestibular do Colégio Argumento.